“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, recto e temente a Deus e desviava-se do mal.” Job 1:1
Eu pergunto: um homem íntegro, recto, temente a Deus e que se desviava do mal, quer dizer um homem perfeito? Teria Job, neste estágio da sua vida atingido o carácter de Cristo? Pode alguém ser íntegro, recto, temente a Deus e desviar-se do mal e ainda assim não ter atingido o carácter de Cristo? É isso que vamos descobrir ao analisar o livro de Job.
Ao lermos o primeiro capítulo, apercebemo-nos de que ele era um homem rico e respeitado por todos. Nos nossos dias dir-se-ia que ele era um bom cristão, um exemplo na igreja! Um homem cheio de boas obras. Porque então permitiu Deus que tanta calamidade acontecesse a este Seu filho que O amava e procurava servi-Lo da melhor maneira? A resposta encontra-se no nosso versículo chave (Rom. 8:28, 29):
“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho”. Deus permitiu tudo aquilo para que Job pudesse vir a ser conforme à imagem de Seu Filho.
O carácter de Job precisava de ser aperfeiçoado. E o nosso também precisa. Mas como é que Deus purifica o carácter dos Seus filhos? Ele mesmo nos dá a resposta: “Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Isa. 48:10. O próprio Job afirmou: “Ele sabe o meu caminho; provando-me Ele, sairei como o ouro.” Job
Creio que aqui ele ainda não entendia o profundo significado das suas palavras. Ele julgava-se justo. E por isso disse que se Deus o provasse sairia como ouro, pensando que, no estado em que se encontrava, seria achado sem falta. No entanto, as suas palavras expressavam a verdade: Deus conhecia o seu caminho, e Ele sabia que para que ele “saísse como o ouro” teria primeiro de ser provado.
Apesar de ter toda uma aparência de piedade, nesta fase Job ainda não possuía o carácter de Cristo. Foi para atingir esse glorioso objectivo que Deus permitiu que Satanás actuasse na vida de Job. No entanto Ele pôs-lhe limites (Job 1:11,12; 2:4-6), cumprindo assim, na vida de Job, a promessa: “fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” I Cor. 10:13
O Deus de Job é também o nosso Deus! E o Seu propósito para os Seus filhos é o mesmo: “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” Mat. 5:48. E é para atingir essa meta que Ele permite que enfrentemos provações, desapontamentos, etc.: para poder transformar o nosso carácter à imagem do Seu Filho. Mas essa meta não se atinge pelo esforço humano. É obra de Deus: “Porque Deus é o que opera em vós, tanto o querer como o efectuar, segundo a Sua boa vontade.” Filip. 2:13.
“As provações da vida são obreiras de Deus, para remover do nosso carácter impurezas e arestas.” Ellen White, O Maior Discurso de Cristo, pág. 10. Sabendo isto, e conhecendo o grande amor do nosso Pai do Céu, possamos nós manter firme a nossa fé nEle, confiando que tudo o que Ele permite que nos aconteça, mas mesmo tudo, é realmente para o nosso bem – ainda que não o entendamos agora – para que possamos vir a ser conforme a imagem do Seu Filho.
Fiquem atentos aos próximos artigos. Iremos entrar na parte mais importante do livro de Job: entender o porquê, saber qual era o verdadeiro problema de Job, que no fundo é também o grande problema de Laodiceia. O Senhor tem algo de muito importante a ensinar à Sua igreja, para que esta possa estar preparada para o breve encontro com Ele. Amém!
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